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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Minha Arvore - Como cheguei lá

Olá,

Descobrir a minha árvore foi trabalho de detetive. Demorou alguns mêses, isso com a ajuda especial do meu amigo genealogista Cesar.

Até alguns anos atrás, eu achava que eu e meu irmão eram os últimos de uma linhagem. Procurava no Brasil inteiro por pessoas com sobrenome Spich e não achava ninguém. Dos Spich, não sabia de nada além do nome do meu avô Arvin e que ele era de Marques de Souza.

Fui então catar informações sobre meu avô Arvin. Sabia pouco dele, somente que ele se separou da minha avó quando meu pai era criança e sumiu pras bandas de Panambí, onde se casou novamente e teve outras filhas. Fuçando na internet, descobri uma dessas tias que me passou as informações do certificado de nascimento do Arvin. Alí constava:  
Nascido em Venâncio Aires; Filho de Guilherme e Geraldine Gross; Avós paternos Carlos e Maria; avós maternos: Augusto Gross e Catharina
Fui então em procurar informações sobre esse tal Guilherme(ou Wilhelm em alemão), filho de um Carlos e Maria. De cara, achei no google um blog sobre a história da Linha Orlando em Marques de Souza. Dizia:
...em 29 de agosto de 1919, na residência de João Stacke, foi dado o início de um movimento para a construção de uma igreja em terras doadas por Eduard Conrad. Wilhelm Espich foi o construtor contratado.
Alí aparece o sobrenome como Espich e não Spich... dei mais uma pesquisada na região e ví que tem varios Espich entre Lajeado e Marques... Com isso passei a procurar pela origem dos Espich. Procurei no FamilySearch os dados de Venâncio Aires e nada... ponto final...

Uma noite sem nada pra fazer, cliquei no FamilySearch sobre os registros católicos de Lajeado. Ler os registros scaneados um por um é dose, fui pra ultima página do livro de batismos de 1886 pra ver se tinha um índice. Não tinha indice, tava fechando a página já quando li no canto do nome dum batismo "Guilhermina Espich". Alí constava: 
Filho de Carlos Espich e Maria Griesfelder; Avós paternos:  ; avós maternos: José Griesfelder e Elisabeth Schuster
Um baita descobrimento pra mim. Esse era o registro de uma irmã do Guilherme, constando aí o sobrenome da Maria e o nome dos pais dela... mas e o nome dos pais do Carlos??? não acreditei que o padre foi preguiçoso de escrever o que eu mais procurava...

Procurando pela familia Espich na internet, achei o site do Stefan Espig. Alí ele menciona que as famílias Espig e Espich são as mesmas, o que é fato pois tem a mesma pronuncia em alemão. 

Isso me abriu uma nova ideia, procurei então por algum Carlos Espig vindo da Alemanha vindo pro RS. Em dois toques cheguei no registro do Carl Ferdinand Espig... mas sem mais informações, achei que não tinha nada a ver com minha familia, pois o cara tinha nascido em 1812, não ia ter filho em 1886. Alem disso o nome da esposa tambem era diferente e nenhum dos filhos se chamava Carlos... então encerrei alí o assunto...

Cerca de dois meses atrás, contatei meu amigo Cesar que praticamente achou toda a minha familia materna de origem italiana. Perguntei se ele me ajudaria e ele ja me retornou com um monte de novidades como sempre. Achou a entrada do Carl Espig em Porto Alegre e alí constava que o Friedrich de 21 anos na lista de Hamburgo era listado como Carlos de 21 anos.  Nem tinha pensado em nomes compostos, óbvio que o Carlos filho deveria se chamar Carl Friedrich...

Porém, não achei nenhum link desse Carlos Friedrich Espig com o Carlos Espich de Lajeado. Pra piorar a situação:

  • Procurando pela esposa dele, Griesfelder...não encontrei nenhuma entrada desse sobrenome no Brasil, aparentemente nem na alemanha, existe na suíça em maioria
  • O Carlos Friedrich Espig tinha 21 anos em 1858. Isso significa que ele teria 49 anos quando a filha Guilhermina nasceu em Lajeado... possível mas pouco provável.
Fuçando e fuçando mais ainda, achei um site chamado GenealogiaRS, que possui um vasto banco de dados sobre imigração alemã no RS. Um dos diretores, o Sr Nelio prontamente me respondeu e disse que havia registros sobre Espig/Espich. Paguei a taxa para emissão dos registros e alí encontrei duas peças pra completar o quebra cabeça:


REGISTRO de CASAMENTOS EVANGÉLICO de PICADA CAFÉ 14/10/1863 Karl Espig, solteiro, filho de Karl Espig e Wilhelmine Neuwert, de Nova Petrópolis, c.c. Anna Maria Klenzmann, solteira, filha de Joseph Klenzmann e Elisabetha Schuster, de lá. Padrinhos: Anton Schuhmann, Hermann Bernstein
e
REGISTRO de CASAMENTOS EVANGÉLICO de COLÔNIA TEUTÔNIA (P. von Grafen) 1
28/02/1887 Heinrich Werner, de Marburg, Alemanha, evangélico, com 48 anos de idade, filho legítimo de Georg Werner e sua esposa Catharine Kraft, c.c. Wilhelmine Espig, de [Nova] Petrópolis, São Leopoldo, com 18 anos de idade,filha legítima de Carl Espig e sua esposa Marie Kriegsfeller.

O primeiro é o registro de casamento do Carlos Friedrich Espig com a Maria Klenzmann, e não Griesfelder. Comparando o nome dos pais dela, bate com os dados de Lajeado. O nome dos pais dele bate com o Carl Ferdinand Espig. Logo, a mesma pessoa...bingo!

O segundo registro é do casamento da Guilhermina Espich. Isso me mostrou que o registro de batismo em Lajeado não foi de nascimento mas sim de conversão quando ela já era adulta. Creio que o Carl Friedrich Espig nunca morou em Lajeado, mas os filhos acabaram parando lá.

Chega de papo de detetive, mas ver Sherlock Holmes e Poirot ajudou bastante... eis minha arvore até esse momento:








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